quinta-feira, 12 de março de 2009

café e poesia

tenho mil compromissos, mas nunca sei o que fazer primeiro, então para em um café, peço um abatando(é ocmo eles aqui chamam o café expresso com o dobro de água) e fico a degustar o lustre, o teto e o uniforme impecável dos garçons, que parecem ter saído de um filme dos anos 40, ou de uma peça do Nelson.Tomo meu café e discuto comigo meu, como que uma pessoa cheia de pessoas, dentro de si, vejo o jornal do dia e leio notícias desisteressantes, procurando algo, ou alguma coisa que indentifique o momento de estar ali, mas nada me responde, e vejo que estou sentado ali, por que estou sentado ali, não existe nada além daquilo, sentar e tomar um café português , um quarto para as 17.tenho saudade do que aind anão vivi, e tenho medo de perder esses cafés, tenho medo de acordar no Brasil sem as reclamações de maria josé, sem a voz trêmula de hannah e sem o bom dia de Bruno, meu amigo inglês, que só fala bom dia e nada mais, por que está aprendendo português e até agora só diz bom dia.Tenho saudades já. de não ver o meu nome na lista de presença do professor, da cantina e das comidas de ontem, do elevador rabiscado com a foto da Ammy, do meu tejo que vejo, e de tão comum, não para mais para...perder o meu tempo.Nossa, amo o pingo doce, a rua do ouro e a rua augusta, amo fazer o caminho de pessoa, por acaso fazia o caminho de pessoa e nunca soube que era de pessoa, achava que era apenas um caminho banal, e que fazia por instinto econômico de caminhada.